Qualidade

O melhor azeite extravirgem do Hemisfério Sul é de Canguçu

Marca Capolivo é produzida nos olivais da Fazenda Tarumã da Boa Vista no 3º distrito do município

Fotos: Italo Santos - DP - Olivais começaram a ser cultivados em 2012

Uma cultura vem ganhando expressão no Rio Grande do Sul e principalmente na Metade Sul do Estado, a olivicultura. Segundo dados da Secretaria de Estado da Agricultura, a região Sudeste, a que pertence o município de Canguçu, foi responsável por 42% do total plantado no Estado, com 2.514 hectares na última safra.

Dados do Instituto Brasileiro de Olivicultura (Ibraoliva), indicam área plantada no país em torno de 10 mil hectares. O Rio Grande do Sul atualmente é o estado com maior área plantada, de 5.986 hectares, abrangendo 110 municípios, 321 produtores, 17 fábricas de azeites e 70 marcas. Na safra 2021/2022, o Estado produziu 448 mil litros de azeite. A expectativa para esta safra é de que sejam produzidos 500 mil litros de azeite de oliva.

De Canguçu, município com área superior a 650 hectares de olivais, vem o azeite Capolivo, fabricado com azeitonas produzidas na Fazenda Tarumã da Boa Vista, no 3º distrito do município. No local estão implantados 100 hectares de olivais, com primeiro plantio em 2012, das variedades grega Koroneiki, responsável por 60% da produção, além das espanholas Arbequina, Arbosana e Picual, e italianas Frantoio, Ascolana, Manzanilla e Coratina.

De acordo com a responsável pelo Marketing da empresa, Carolina Capoane, neta do empreendedor, Jadir Capoane, a qualidade do azeite Capolivo é indiscutível. “Todos os concursos que participamos recebemos premiação, entre elas, duas medalhas de Ouro, em Dubai e Nova Iorque”, ressalta. Mas a maior premiação veio em 2019, quando foi eleito o melhor azeite do Brasil e do Hemisfério Sul, no concurso Brasil Oliveoil Competition, conta.

A marca, uma junção do sobrenome da família Capoane com olivo - oliveira em italiano - foi escolhida pelo avô, que aos 74 anos decidiu que ia plantar oliveiras e foi buscar a inspiração em sua terra natal, a Itália. Antigo proprietário da indústria Iriel de interruptores, em Canoas, em 2003, vendeu para a Siemens e resolveu diversificar, conta. Todo o trabalho realizado na fazenda é resultado de intensa pesquisa e estudo da família junto a produtores e cooperativas na Itália e na Espanha, conta.

"O consumidor tem o direito de ser informado sobre o que está consumindo", diz Carolina


Primeiros resultados
Segundo ela, a primeira safra foi simbólica, em 2018, com a produção de 300 litros de azeite extravirgem e em 2019, uma supersafra quando foram produzidos 14 mil litros. “O foco é acelerar a colheita, diminuir os custos e otimizar o tempo”, ressalta. Segundo ela, o tempo entre a colheita e a extração do azeite tem grande influência na qualidade do produto, garantindo a entrega ao consumidor de produto de excelência, com frescor e sabor exclusivos do azeite extra virgem, variando entre o levemente amargo ao picante, com acidez inferior ou igual a 0,2%.

“Azeite extravirgem possui acidez abaixo de 0,8%, acima desse valor até 1,5% é considerado virgem e acima disso, é lampante ou impróprio para o consumo”, informações que devem estar à disposição dos consumidores, afirma. Ela reforça campanha lançada recentemente pelo Ibraoliva, com o tema “Azeite virgem não é azeite extra virgem, Não se deixe enganar”. O objetivo é alertar o consumidor que o azeite importado que está nas prateleiras vêm com classificação extravirgem mas não é, diz.

Os produtores internacionais enviam para o Brasil, azeite virgem com rótulo de extravirgem. O azeite virgem é produzido com frutos mais maduros e possui preço inferior. “O consumidor tem o direito de ser informado sobre o que está consumindo”.

Além disso, o azeite deve ser produzido e engarrafado no mesmo local de origem. Este trabalho ainda é terceirizado por empresa também de Canguçu. “Como temos de 60% a 70% do pomar em produção ainda não foi viável a instalação de lagar - local onde se extrai o azeite - na propriedade, só quando estiver 100% produzindo”, ressalta.

Colheita se estende por um mês
Na colheita, que iniciou na propriedade no dia 22 de fevereiro e deve se estender ainda até o final deste mês, trabalham quatro equipes, com 26 trabalhadores, todos moradores da região, alguns recontratados de outras safras. A expectativa é de colher em torno de 180 toneladas de azeitonas e obter uma produção de 18 mil litros de azeite, rendimento estimado de 10%.

“A ideia é de que outros produtores da região também comecem a produzir matéria-prima para nós”, diz o engenheiro agrônomo responsável pela propriedade Rodrigo Serafini Binotto, segundo ele, uma excelente alternativa de diversificação nas propriedades locais, a maioria voltada à produção de fumo.

Devido à grande produção, a colheita manual se tornou inviável e os trabalhadores utilizam vibradores de galho e derriçadeiras para colher os frutos, que caem sobre uma tela branca (clarite) estendida sob a árvore e reunidas em uma bandeja, antes de encaixotar e levar para o processamento. “A bandeja foi uma invenção do meu avô para facilitar o recolhimento dos frutos e evitar perda de tempo para recolher e estender novamente a tela”, ressalta.

A Fazenda Tarumã da Boa Vista tem extensão de 4,1 mil hectares e além da área do olival, três mil hectares são ocupados por pinus e uma área de reserva legal. Também se dedica à pecuária de corte. ​

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